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Uso de cigarros eletrônicos cresce em Teresina: "œutilizo por modinha"

Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vape ou juul, estão cada vez mais presentes no dia a dia dos brasileiros. É que muitas pessoas os utilizam como alternativa ao cigarro tradicional, seja de forma recreativa, para tentar se livrar do cheiro do cigarro, ou por achar que ele é menos nocivo para a saúde. Além disso, muitos jovens encontram nos cigarros eletrônicos uma fonte de prazer e, por essa razão, a procura pelo aparelho tem aumentado significativamente em Teresina.  

Foto: Pixabay/Imagens Públicas 

Mauro Duarte, de 38 anos, conta que como não produz cinza e a fumaça não tem aquele cheiro que fica impregnado na roupa e no cabelo, dá a impressão de ser “menos pior que o cigarro”. “O ‘cheiro’ do cigarro comum me incomoda. Além disso, o cigarro eletrônico tem a praticidade de se usar em qualquer ambiente. Eu uso esporadicamente”, disse. 

Esse é o mesmo pensamento compartilhado por João Macedo, de 24 anos. “O vape é mais caro, mas prefiro usá-lo por conta do cheiro. Não gosto do cheiro do cigarro normal”, resume. 

Foto: Pixabay/Imagens Públicas 

Já Sheylane Rodrigues, de 28 anos, disse à reportagem que nunca usou o cigarro tradicional. Ela ressalta que apesar da manutenção ser mais cara, tem consciência de que o cigarro eletrônico não faz bem à saúde. Segundo ela, o uso acontece mais por tendência.  

“Tenho consciência que não faz bem à saúde e uso mais por modinha. Agora, eu não uso com frequência, pois parei para observar esses dias que, quando faço uso do cigarro eletrônico com essência, que tem nicotina, fico tonta. Por isso, optei agora por usar a freebase, que só vem o sabor, não tem nicotina e senti uma leve melhora”, ressalta. 

Além disso, o cigarro eletrônico em si não é barato. Há de vários preços no mercado e variam entre R$ 350 e R$ 1000. “No mercado tem variedades de cigarros eletrônicos, têm os acessíveis e têm também os mais caros, porque tem que trocar a coil, tem que comprar essência. Resumindo, tem uma manutenção que tem que ser feita e ela sai bem mais cara que o cigarro tradicional”, completa Sheylane. 

Uso pode ser proibido em espaços fechados  

Nessa semana, a Câmara de Teresina aprovou, em segunda votação, um Projeto de Lei (PL), de autoria do vereador Edilberto Borges, o Dudu, que prevê a proibição do “consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer produto fumígeno, derivado ou não do tabaco”  em espaços fechados em Teresina. 

Foto: Pixabay/Imagens Públicas 

Segundo Dudu, além dos malefícios à saúde, o dispositivo invade o espaço do outro. “Temos uma lei federal que não permite fumar nos estabelecimentos fechados, mas quando foi aprovada não existiam os dispositivos eletrônicos, então muitos locais estão permitindo o uso”. 

Agora, o PL segue para a sanção do prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (MDB). 

(Jorge Machado) 

O que diz a OMS 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cigarros eletrônicos são perigosos para a saúde e devem ser regulamentados para cortar pela raiz as táticas da indústria do tabaco para captar clientes. 

Um relatório feito pela Organização apontou que os fabricantes dos produtos, que não param de crescer ao redor do mundo, têm geralmente crianças e adolescentes como público-alvo, com uma variedade de milhares de aromas tentadores. 

A OMS informa ainda que o uso dos cigarros eletrônicos por parte dos menores de 20 anos preocupa devido aos efeitos nefastos da nicotina no desenvolvimento do cérebro nesta faixa etária e também porque a agência considera que as crianças que usam esses dispositivos têm mais chances de se tornarem fumantes na vida adulta. 

O vapor do cigarro eletrônico e as substâncias tóxicas que ele contém queimam a membrana dos pulmões, prejudicando a troca gasosa de oxigênio por CO2. Essa troca é fundamental para manter as células vivas. Sem oxigênio, elas morrem. Além disso, os danos do cigarro eletrônico são atualmente maiores devido à potência dos novos vaporizadores.